segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CAPÍTULO 1 (Dissertação de mestrado)


Por Antonio Luceni
  
1. A obra poética de Maria Ângela Alvim: fortuna crítica e caminhos percorridos.

Todo e qualquer trabalho de pesquisa, até por sua natureza investigativa, mostra-se como algo desafiador e importante, visto que, por meio dele, hipóteses são comprovadas, ampliadas, refutadas ou diluídas, conforme afirmam Marconi e Lakatos:

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos. (MARCONI, 2001, p.43)


É, muitas vezes, por meio da pesquisa in loco que oportunidades são geradas e/ou otimizadas. No caso de pesquisa sobre escritores falecidos e/ou com poucas informações, documentos, livros etc. à disposição do público, o contato com familiares, amigos, editores, estudiosos das Letras, entre outros contatos, mostram-se ainda mais relevante.
Em razão disso e, principalmente, pela escassez de materiais no meio eletrônico (internet) e livrarias é que se partiu para a pesquisa de campo sobre a poeta Maria Ângela Alvim.
A publicação mais conhecida e difundida no Brasil – que traz apenas um poema da poeta  (Há uma rosa caída)  –  é  Os  cem  melhores poemas brasileiros do século1, organizado por Ítalo Moriconi, Editora Objetiva.
Uma outra publicação, também conhecida, mas menos difundida, foi organizada e publicada pela Editora da Unicamp em 1993, intitulada Poemas2. Nela, estão contidos Superfície – único livro de Maria Ângela Alvim publicado em vida –, além de outros textos (poemas e um conto) publicados postumamente.
A partir de informações contidas na ficha catalográfica, orelha e prefácio da publicação da Unicamp foram recolhidos alguns dados (lugares por onde a poeta passou, nasceu, viveu, trabalhou e faleceu, instituições nas quais Maria Ângela Alvim trabalhou como  Assistente Social e pessoas com as quais se relacionou) que nortearam o mapeamento da pesquisa.
Mas a que outras fontes poderíamos recorrer quando do trabalho investigativo sobre Maria Ângela Alvim? Quais outros materiais existentes (se há de fato) para melhor apreciação, compreensão e percepção do trabalho desta importante e desconhecida poeta? Quais outros elementos podem ser agregados ao trabalho de análise e fortuna crítica sobre a obra de tal escritora? A produção de Maria Ângela Alvim limitou-se às fronteiras mineiras, brasileiras? Em caso negativo, quais outros meios (estados, países etc.) tiveram (e como isso aconteceu?) contato com a produção da poeta?
Estas e outras questões serviram como elementos impulsionadores e motivadores para que o encaminhamento, realização e efetivação do trabalho de pesquisa de campo acontecesse e adquirisse a relevância que tem para esta dissertação.

1.1. As primeiras tentativas de reunir material para fortuna crítica sobre Maria Ângela Alvim por meio eletrônico.

Pela facilidade e acessibilidade favorecidas pelos meios eletrônicos, além do contato com a obra de Maria Ângela Alvim publicada pela Unicamp, a primeira tentativa de reunir artigos, dissertações e teses, pesquisas de modo geral, fotografias etc. sobre/de Maria Ângela Alvim aconteceu via internet. Para isto, foram utilizados verbetes em sítios eletrônicos de busca (Google, Alta Vista, Cadê, Plataforma Lattes etc.) que tinham relação direta com a poeta, tais como: Maria Ângela Alvim, Ângela Alvim, Alvim, Superfície, Poemas de Agosto, Poèmes  d’aôut – anthologie poétique, Francisco Alvim, Maria Lúcia Alvim, entre outros.
O fato é que, na sua maioria e, principalmente no Google, são relacionados alguns sítios ligados à literatura e poesia, sobretudo no Brasil, que trazem um ou outro poema – em geral do livro Superfície, com poucas ou nenhuma informação biobibliográfica da poeta.
Estas tentativas de busca de informações sobre Maria Ângela Alvim na internet ocorreram mesmo antes da pesquisa de campo, desde que a poeta foi apresentada como objeto de pesquisa ao programa de Mestrado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e se estendeu até o momento de conclusão desta dissertação.
Outras tentativas via internet ocorreram a fim de recolher dados, elementos, informações sobre a poeta, entre as quais com Ítalo Moriconi, organizador da antologia da Editora Objetiva; Francisco Alvim e Maria Lúcia Alvim, irmãos da poeta; os organizadores da publicação de Maria Ângela Alvim pela Unicamp: Berta Waldman, Yumna Maria Simon e Vilma Sant’Anna Arêas e Eduardo Guimarães (diretor da Editora na ocasião da publicação), o editor da Editora Assírio & Alvim, responsável pela publicação de Maria Ângela Alvim em Portugal, além de (ex)professores de Universidades ligadas à história da poeta, tais como Unicamp e UFMG.
Destas tentativas via e-mail, foram frutíferos os contatos com a professora Vilma Sant’Anna Arêas, uma das organizadoras de Poemas pela Unicamp, que além de conceder entrevista para pesquisa, forneceu telefone de contato com Francisco Alvim – na ocasião (abril de 2007) recém chegado ao Brasil, e, a partir daí, desencadeou entrevistas com o irmão e irmã de Maria Ângela Alvim, mais detalhadas posteriormente.
Algo importante, também obtido via internet, foi o exemplar de Superfície – toda poesia3, edição portuguesa da obra de Maria Ângela Alvim pela editora Assírio & Alvim. Apesar de ter entrado em contato com o sítio desde as primeiras tentativas de busca de informações sobre a poeta, somente em maio de 2007 é que se conseguiu realizar a compra do exemplar, já que a referida página na internet não estava em funcionamento antes desta data para pedidos de livros e, após reformulação da home page da editora foi possível a aquisição do exemplar. Semelhantemente ao exemplar brasileiro – editora Unicamp, o exemplar português traz os mesmos textos, na mesma seqüência apresentada pela edição brasileira,  acrescentando ao trabalho de fortuna crítica somente a Apresentação do livro e Notas biobliográficas, de Max de Carvalho, um dos responsáveis pela publicação em Portugal.
Com relação à parte iconográfica sobre Maria Ângela Alvim (fotografias da poeta e família, capas de obras etc.) os materiais são escassos, na sua maioria somente imagens contidas nas capas das publicações brasileira e portuguesa, o que, de fato, não diz muito sobre a poeta por serem imagens pouco definidas, até mal tiradas, principalmente na sua idade adulta, lacuna esta que foi preenchida posteriormente, quando do contato com Maria Lúcia Alvim, que autorizou registro de arquivo da família, por meio de câmera fotográfica digital.
Afora estes elementos, a internet serviu apenas ao trabalho de pesquisa como meio de  comunicação  entre  o pesquisador, seu orientador  e  a professora Vilma Sant’Anna Arêas e, em menor escala, com o irmão da poeta, Francisco  Alvim. Visto que a maior parte das informações recolhidas sobre Maria Ângela Avim ocorreu nas visitas in loco, na pesquisa de campo.

1.2. Mapeamento dos locais significativos no trabalho, vida e obra de Maria Ângela Alvim.

Conforme dito antes, a partir de dados recolhidos, principalmente, na publicação da Unicamp e alguns outros colhidos pela internet, estabeleceu-se um mapa/roteiro de pesquisa que ficou assim estabelecido: Belo Horizonte/MG, cidade onde Maria Ângela Alvim viveu e publicou seu único livro em vida, Superfície, e encaminhou o seguinte, Barca do Tempo, de modo artesanal e, também, onde se relacionou com alguns nomes importantes da poesia brasileira, recebendo deles críticas, sugestões e discussão de idéias literárias, entre os quais, Carlos Drummond de Andrade.
Em Campinas/SP, especificamente na Universidade Estadual de Campinas: Biblioteca Central “César Lattes” e Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem – IEL.
As cidades de Volta Grande e Araxá, em Minas Gerais, locais de nascimento e vivência dos quinze primeiros anos da poeta foram descartados na pesquisa de campo pelo fato de não terem relevância quanto ao que o trabalho se propunha, ou seja, levantamento de fortuna crítica, já que no período em que Maria Ângela Alvim morou nelas não produziu literariamente. Apesar de que o encontro com Maria Lúcia Alvim aconteceu na cidade natal da poeta, isto é, Volta Grande/MG.

1.2.1. A Pesquisa de Campo em Belo Horizonte
  
A capital mineira foi um dos lugares de maior expressão no percurso biobibliográfico de Maria Ângela Alvim. Foi em Belo Horizonte que a poeta iniciou seu trabalho de produção literária, publicou e lançou seu primeiro livro (único, em vida), encaminhou a publicação do segundo (Barca do tempo), realizado de forma artesanal por freiras beneditinas, manteve grande parte dos seus contatos e influências literárias e intelectuais, entre os quais Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Raul de Leone, entre outros. Por estes motivos, Belo Horizonte foi escolhida como ponto de partida de toda pesquisa de campo.
Em dezembro de 2006, inicia-se uma “peregrinação” na capital mineira que irá durar aproximadamente quinze dias. Foram elencados os pontos de interesse literário existentes na cidade e, em cada um deles, verificados dados e informações que pudessem contribuir com o trabalho de identificação e aglutinação de fortuna crítica existente sobre Maria Ângela Alvim. Entre os espaços visitados, valem ser citados:

1.2.1.1. Academia Mineira de Letras.
  
Pelo fato de Maria Ângela Alvim ter mantido certo intercâmbio e relação amistosa com poetas e intelectuais de sua época e, principalmente, pelo fato de escritores e poetas, intelectuais e personalidades mineiras comporem a referida Academia, pensamos em ser a Academia Mineira de Letras um importante espaço para quaisquer tipos de registros a respeito da poeta pesquisada ou mesmo outros membros de sua família e, a partir daí, um desdobramento positivo no que se refere a identificação de trabalho/produção de Ângela, o que não aconteceu. Ninguém da Academia Mineira de Letras, secretária e demais assistentes, souberam dizer quem era Maria Ângela Alvim ou identificaram exemplar de obra sua no acervo da referida Academia. No momento da visita a secretária informou que o mesmo estava passando por processo de informatização a fim de que o acesso, consultas e empréstimos fossem dinamizados e melhorados nos seus múltiplos aspectos, comprometendo-se, caso fosse localizado algum exemplar ou documento sobre os Alvim, informar o pesquisador. Entretanto não recebemos nenhuma devolutiva.
  
1.2.1.2. Arquivo Público Mineiro.
  
Este espaço público de pesquisa conta, principalmente, com documentos antigos, como os procurados sobre Maria Ângela Alvim (entre 1945 a 1959). São arquivados de forma bastante rudimentar. Procura-se o documento de interesse em pastas com índices remissivos e, uma vez identificado, solicita-se que o busque. O material serve apenas para ser lido, não podendo tirar fotocópia ou qualquer outro registro visual. Dos documentos pesquisados, somente consta uma carta de um Alvim qualquer solicitando pagamento de uma dívida qualquer também. Nada ligado à literatura ou que fizesse alusão à poeta.
  
1.2.1.3. Biblioteca Pública Estadual “Luiz de Bessa”.
  
As bibliotecas, evidentemente, foram alvo da pesquisa por diferentes razões, em especial as que mantinham acervos específicos de escritores mineiros, como a “Luiz de Bessa”, que conta com um Departamento denominado “Mineirianas”. No referido acervo é permitida somente consulta, com papel e lápis, sem possibilidade de fotocópia ou retirada de materiais. Depois de muita insistência e exposição dos objetivos da pesquisa, a diretora responsável pelo espaço, senhora Graça Maria Frogosa, autorizou registro visual com câmera digital, sem flash, dos materiais encontrados sobre Maria Ângela Alvim e seus irmãos, a saber: exemplar de Poemas, da poeta, 2ª edição, Editora Fontana (1980) e três exemplares de sua irmã, Maria Lúcia Alvim (XX Sonetos, Romanceiro de Dona Bêja e Pose).
  
1.2.1.4. Biblioteca Central da Universidade Federal de Minas Gerais e Biblioteca do Departamento de Letras/FALE/UFMG.
  
Além do fato de todas as bibliotecas de Belo Horizonte mostrarem-se em potencial foco de interesse na pesquisa sobre a poeta, os poucos exemplares encontrados de Maria Ângela Alvim e Maria Lúcia Alvim, sua irmã, na biblioteca estadual continham carimbo e assinatura de um certo professor Valmiki Villela Guimarães, do Departamento de Letras da UFMG. E, em todos os registros, datas de aquisições bem próximas das de lançamento dos exemplares dos poetas, o que direcionou a pesquisa ao referido Departamento de Letras.  A partir daí, descobriu-se que o professor Valmiki Villela Guimarães já estava aposentado, morando em Mariana/MG. Um dos funcionários forneceu o telefone de contato do professor, entretanto em nenhuma das tentativas as ligações foram atendidas. No Departamento de Letras da UFMG, não foi encontrado nenhum exemplar de Maria Ângela Alvim ou sua família. Em consulta ao acervo digital encontrou-se apenas um artigo do Suplemento Literário/MG (17/04/76) em que aparecem apreciações de Carlos Drummond de Andrade, Henriqueta Lisboa e Fausto Alvim Júnior, a respeito do trabalho do pai de Maria Ângela Alvim, Fausto Alvim. Posteriormente, por e-mail, em contato com o professor, Reinaldo Martiniano Marques, coordenador da pós-graduação UFMG, informou que desconhecia Maria Ângela Alvim e que, também, não havia nenhuma pesquisa realizada ou em andamento sobre a poeta na referida Universidade.

1.2.1.5. Jornal Correio de Minas.
  
Departamento de Gerência e Documentação a que o público tem acesso aos arquivos do jornal. As consultas são rudimentares, a partir de rolos fotofilmados de jornais antigos, que são acomodados em caixas datadas de dois em dois anos. Foram solicitados os rolos entre os anos de 1949 e 1952, períodos que precedem e sucedem (incluindo o lançamento) Superfície. Após exaustiva pesquisa, encontramos somente uma coluna comentando a saída do pai de Maria Ângela Alvim, Fausto Alvim, da presidência do Banco Hipotecário de Belo Horizonte. A pesquisa nesse espaço foi burocrática, rudimentar e pouco produtiva.
  
1.2.1.6. Centro de Memória do Sistema FIEMG/Gerência de Cultura/SESI.
  
Maria Ângela Alvim exerceu, por um tempo, a função de Assistente Social em Belo Horizonte, prestando serviço para o SESI e SENAC da referida cidade. Por isso, a busca de informações nesse espaço. A bibliotecária-chefe, senhora Gizele Maria dos Santos, identificou no acervo apenas um relatório datilografado sobre as atividades da poeta como Assistente Social, que pôde somente ser consultado/lido e fotografado com câmera digital.
  
1.2.1.7. Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais.
  
Logo na recepção do prédio pode-se observar a seguinte inscrição: “Espaço Cultural – Sala Fausto Alvim”. Uma sala pequena com também singela galeria de retratos a bico-de-pena, entre os quais o de Fausto Alvim, pai de Maria Ângela Alvim. Buscando mais informações sobre a personalidade que dá nome à sala, a Assessoria de Imprensa, por meio da senhora Selma, não soube informar quem era o homenageado, o porquê de ter dado nome à sala e nenhum histórico sobre o mesmo.
Em Belo Horizonte, estes foram, portanto, os principais lugares visitados e consultados a respeito de Maria Ângela Alvim e sua família, como forma de tentar, a partir de elementos levantados, traçar um perfil sobre a poeta ou mesmo encaminhar-se para outros lugares/espaços que pudessem agregar valor ao trabalho e ao objetivo da pesquisa, isto é, levantamento da fortuna crítica.
Como pode ser observado nos relatórios, os materiais recolhidos na pesquisa de campo de Belo Horizonte foram reduzidos, basicamente, ao exemplar de Poemas de Maria Ângela Alvim, Editora Fontana/MEC, no que diz respeito à fortuna crítica da poeta.
Isto posto, cabe-nos dizer que por tratar-se da terra natal da poeta e, sobretudo, pelo fato de Maria Ângela Alvim ter produzido, atuado e convivido com os mais diferentes intelectuais e profissionais de sua época os registros sobre sua atuação profissional e intelectual são bastantes parcos. Somado a isso, pelo menos três importantes instituições – Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG, Universiade Federal de Minas Gerais – UFMG e Pontifícia Universidade Católica – PUC/MG – deveriam contribuir com a pesquisa sobre tão importante poeta ou, ao menos, reunir materiais significativos para pesquisa em suas bibliotecas.

1.2.2. A pesquisa de campo em Campinas
  
O momento posterior à pesquisa de Belo Horizonte ocorreu em fevereiro de 2007, justamente na cidade de Campinas e, especificamente, na Universidade que demonstrou interesse não só pelo trabalho, mas também na publicação da obra de Maria Ângela Alvim, Unicamp.
  
1.2.2.1. A pesquisa de campo nas bibliotecas da Unicamp.
  
Por telefone já havíamos feito uma pré-pesquisa sobre exemplares existentes de Maria Ângela Alvim, além do da própria editora da Universidade. Por esse motivo, a visita ocorreu diretamente na Biblioteca Central “César Lattes” e na Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem/IEL. Nelas, foram encontrados alguns exemplares da obra da poeta e dos irmãos, Francisco Alvim e Maria Lúcia Alvim.
  
1.2.2.2. Biblioteca Central “César Lattes”.
  
Na Biblioteca Central “César Lattes,” os exemplares de Maria Ângela Alvim e demais  Alvim  estão inseridos em coleção específica de acervo raro, denominado “Coleções Especiais”. Constam os livros: a primeira edição de Superfície4, de 1950, pela Edições João Calazans; Poemas5, de 1962, Imprensa Nacional; Poemas6, de 1980,  Fontana;  a edição de Poemas da Unicamp, além de exemplares de Francisco Alvim e Maria Lúcia Alvim, irmãos da poeta.


 Diferentemente dos espaços em Belo Horizonte (bibliotecas, arquivos etc.), os materiais das bibliotecas da Unicamp puderam ser fotografados sem nenhum tipo de censura e, em alguns casos, as fotocópias foram permitidas. Desse modo, o exemplar da primeira edição de Superfície, encontrado somente na Biblioteca Central, pôde ser fotocopiado.
Os demais livros foram fotografados (capa e miolo) como registro do material e, caso necessário fosse, posterior impressão.
Os poemas analisados no terceiro capítulo desta dissertação terão por base esta primeira edição de Superfície.

1.2.2.3. Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem/IEL.
  
Na biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem/IEL, encontra-se somente a edição de Poemas da própria Unicamp, além de exemplares de obras dos irmãos da poeta.
Como pode ser observado, a visita à Unicamp mostrou-se tão ou mais significativa que a realizada em Belo Horizonte, entre outros motivos pela facilidade de acesso, manuseio e registro dos materiais pesquisados como também porque nela estão todas as edições da obra de Maria Ângela Alvim, da primeira (Edições João Calazans) à mais atual (Editora da Unicamp).
  
1.2.3. Brasília/DF: o encontro com o irmão da poeta, Francisco Alvim.
  
O fato de não se ter uma biografia ou algo próximo disso sobre a família Alvim, a tentativa de formar uma linha cronológica da vida e obra de Maria Ângela Alvim ocorreu durante todo o trabalho de levantamento de dados. Nomes, funções, nascimentos e óbitos, entre outras informações sobre a poeta e sua família foram elencados ao longo do trabalho. Entre os nomes importantes na relação com Maria Ângela Alvim, ainda vivos, estava o do irmão, e também poeta, Francisco Alvim.
Assim como Maria Ângela Alvim, Francisco Alvim foi selecionado como autor de um dos cem melhores poemas do século XX, por Ítalo Moriconi. Desde as primeiras tentativas de busca de informações sobre a poeta, foi tentado o contato com algum membro da família, principalmente com os irmãos. Por se constatar que Francisco Alvim se encontrava no exterior, como embaixador brasileiro na Costa Rica, foram feitas por e-mail várias tentativas de interlocução, todas sem sucesso. Somente a partir da intervenção da professora Vilma Sant’Anna Arêas, Unicamp, ocorreu o contato. Ela informou que Francisco Alvim recém chegara da Costa Rica – onde atuou por quinze anos como embaixador brasileiro – e se encontrava em Brasília/DF, passando-nos telefone e endereço dele.
A primeira comunicação com o irmão da poeta ocorreu em abril de 2007, por telefone, momento em que ele demonstrou profundo interesse em partilhar sobre o trabalho de Maria Ângela Alvim, colocando-se à disposição para o que fosse necessário no acréscimo à pesquisa.
Após demonstrarem-se objetivos e metas da entrevista, marcou-se dia, horário e local do encontro, ocorrido em 23 de junho de 2007, em Brasília, na residência de Francisco Alvim.
Tal como no primeiro contato, por telefone, o dialogo in loco foi igualmente amistoso. Antes de a entrevista acontecer, Francisco Alvim partilhou de alguns materiais tais como fotografias da irmã e da família, esculturas do pai, Fausto Alvim, pinturas e gravuras do filho, Pedro Alvim, além de mostrar alguns livros de poetas que se relacionaram com Maria Ângela Alvim ou que, de alguma forma, contribuíram e/ou influenciaram a poeta em seu trabalho, entre os quais Celina Ferreira, Arlinda Corrêa Lima e outros.
O momento da entrevista foi particularmente importante. Francisco Alvim, segundo suas próprias palavras, há muito não falava de modo tão compenetrado e profundo sobre a irmã, e, entre outras contribuições, disse ter revivido momentos importantes da sua própria vida e da poeta que, conforme afirmou, determinou sua trajetória como poeta também. Detalhes sobre relações de Maria Ângela Alvim com escritores e intelectuais da época, em Minas, preferências literárias da poeta, modos de produção, entre tantos outros  elementos foram extraídos desse encontro com Francisco Alvim.
Outro ponto importante que deve ser destacado nessa ocasião foi o contato com a crítica literária, esposa de Francisco Alvim, Clara de Andrade Alvim. É de Clara Alvim a orelha e comentário crítico de Poemas, Editora Fontana.

1.2.4. Volta Grande/MG: o encontro com Maria Lúcia Alvim, irmã da poeta.
  
O encontro com Maria Lúcia Alvim foi desdobramento da entrevista com Francisco Alvim que, particularmente, conversou com a irmã, expondo o motivo da pesquisa e, também, por meio dele conseguimos telefone e endereço da irmã que, após contatada, marcou o encontro para o mês de julho de 2007.
O final da pesquisa voltou-se para o começo de tudo: Volta Grande, lugar de nascimento e das raízes de Maria Ângela Alvim. Na cidade – bem característica das cidades interioranas mineiras, tivemos nosso primeiro contato pessoalmente. Assim como ocorrido com o irmão, procuramos ter, no primeiro dia, uma relação mais de proximidade, conhecimentos pessoais entre entrevistador e entrevistada, de modo a facilitar a fluência na entrevista e, até mesmo, recolher informações importantes a respeito da poeta e sua obra.
Maria Lúcia Alvim, pelo que se pôde observar, trata com muito respeito o trabalho da irmã, Maria Ângela Alvim. Em sua residência, mantém todos os exemplares da poeta, da primeira publicação até as mais atuais, incluindo as edições francesa e portuguesa, bem como publicações que trazem apenas um ou outro poema de Maria Ângela Alvim, além de uns poucos artigos/comentários sobre o trabalho da irmã publicados no Brasil e no exterior. E mais, não somente todas as edições são guardadas como também há vários exemplares da mesma edição. Por este motivo, doou alguns deles ao pesquisador, entre os quais edições que custaram muito para se ter acesso, tanto em Belo Horizonte quanto em Campinas, a saber: as edições de Poemas de 1962 (Imprensa Nacional) e de 1980 (Fontana).
Foram doados, ainda, um exemplar de Poesias7 de Fernando Pessoa, com anotações a punho em alguns versos, feitas por Ângela Alvim.
Na tentativa de demonstrar relações de leituras e poetas apreciados por Maria Ângela Alvim, a irmã dispôs e organizou os exemplares de obras da poeta outros livros correlacionados à sua produção. Este, entre outros atos, explicita um pouco da preocupação didática que Maria Lúcia Alvim tem em apresentar o trabalho da irmã, além do seu próprio trabalho e dos demais irmãos. Um espírito artista-escritora-organizadora.
Um outro material também peculiar e de grande valia sob posse da irmã da poeta é a edição artesanal de Barca do Tempo, já citada anteriormente, confeccionada por freiras de Belo Horizonte. Uma edição em capa dura, com inscrições na capa em folheação dourada, iluminuras nos versos iniciais de cada poema, escritos todos em letras góticas, à mão.
Com relação à parte iconográfica de Maria Ângela Alvim, escassa em materiais gráficos (livros e jornais) publicados sobre ela, de igual modo na internet, Maria Lúcia Alvim contribuiu, também, autorizando o registro, com câmera digital, de várias fotografias da irmã quando criança, adolescente e jovem.
Somado à colaboração descrita anteriormente, a entrevista concedida pela irmã da poeta pesquisada reitera pontos e elucida outros que ficaram meio nebulosos na entrevista com o irmão, Francisco Alvim. Principalmente pelo fato de Maria Lúcia Alvim ser mais velha que Francisco Alvim e, por essa razão, ter convivido mais com Maria Ângela Alvim, quando de sua fase mais produtiva como escritora.

1.2.5. A entrevista com Vilma Sant’Anna Arêas, professora da Unicamp e uma das coordenadoras da publicação de Maria Ângela Alvim pela editora da Universidade de Campinas.

Um outro momento da pesquisa de campo sobre Maria Ângela Alvim ocorreu a partir da tentativa de interlocução com os organizadores da obra da poeta pela Editora da Unicamp. Segundo consta nos créditos da publicação citada, as professoras Berta Waldman, Yumna Maria Simon e Vilma Sant’Anna Arêas compuseram a Assessoria Literária e Coordenação da publicação.
A partir desses nomes, buscou-se, via e-mail, contatá-los para uma possível entrevista a fim de extrair mais informações sobre o interesse da Editora em publicar a obra de Maria Ângela Alvim, critérios observados na seleção da poeta, intenções/objetivos almejados com tal publicação, entre outras indagações. Somado a isso, o contato, talvez, propiciasse novos desdobramentos como pessoas, obras, lugares...
Além das professoras citadas anteriormente, foi enviado e-mail ao professor Eduardo Guimarães, na ocasião da organização e lançamento do trabalho da poeta, Diretor da Editora da Unicamp.
Entretanto, as únicas que deram retorno foram as professoras Berta Waldman e Vilma Sant’Anna Arêas. A primeira disse não poder atender pois estava com compromissos acadêmicos no Brasil e no exterior que a impediam de parar o trabalho para fazer qualquer atendimento, desejando sucesso na pesquisa. A segunda desde o primeiro momento foi bastante solícita, colocando-se à disposição para colaborar com a pesquisa. O contato com Francisco Alvim foi viabilizado por meio dela que, ao saber do retorno dele ao Brasil, mandou-nos um e-mail com telefone e endereço do poeta para que pudéssemos nos comunicar.
Além de propiciar o contato com Francisco Alvim (e, por conseguinte, com Maria Lúcia Alvim), a professora Vilma Sant’Anna Arêas concedeu entrevista via e-mail comentando um pouco sobre as preocupações e pretensões da Editora da Unicamp quando da edição e lançamento de Poemas, de Maria Ângela Alvim.
De forma geral, Vilma Sant’Anna Arêas reitera o que os irmãos e, antes deles, os poetas e intelectuais de seu relacionamento, disseram em suas entrevistas e que pode ser constatado pelos os que se debruçarem na obra de Maria Ângela Alvim: a qualidade intrínseca à sua produção, a ineditez da sua obra, ainda pouco pesquisada e conhecida do público em geral, a inserção de Maria Ângela Alvim no cânone literário nacional, e a distinção que propõe entre literatura de qualidade e de quantidade que, segundo ela, é por vezes confundida no Brasil fazem da produção de Maria Ângela Alvim algo passível de muitos trabalhos acadêmicos, muitas investigações científicas. Como bem se observa:

“Não se pode catalogar escritores como maçãs ou qualquer outro produto simples. Basta lermos as “Notícias literárias” assinadas por Drummond ou “Um Estudo”, de Alexandre Eulálio (publicados ambos no volume da Unicamp) para compreendermos o sentido de sua poesia. A importância, claro, qualquer leitor de sua obra perceberá, ao ler apenas o primeiro poema de Superfície: ‘Meus olhos dão telas d´água/ não ferem a perfeição.’

Isto é fácil de entender? Parece fácil, mas tente explicar. A receita é a seguinte: simplicidade que é o avesso da facilidade: no jogo silencioso do ritmo, irregular sem alarde (7/6) e no acerto direto da interpretação do que seja a poesia, (porque é um poema-ensaio), além de ser uma maneira de olhar para tornar visível o visível. Não é isso que faz a metáfora? O visível está aí mas ninguém vê, porque confia na rotina e na ideologia do momento. É preciso tornar o visível, isto é, o que pode ser visto, visível, isto é, realmente visto ou alcançável... pela inteligência, parceira do talento. Mas sem a primeira, não há literatura.”.

Como pode ser observado no percurso desenvolvido por meio da pesquisa de campo, o trabalho de Maria Ângela Alvim é um trabalho ainda muito restrito no que diz respeito à sua divulgação e acesso para o público em geral.
Trabalhos realizados referentes à crítica literária ou mesmo didáticos ainda são parcos ou até mesmo nenhum. O acesso às edições mais antigas da poeta é restrito, conforme pôde ser visto, e burocratizado, por vezes limitando o trabalho do pesquisador.
Não fosse a possibilidade de acesso à família, muitos detalhes se perderiam através dos tempos, sobretudo os ligados a relacionamentos, influências, iconografia, entre outros detalhes importantes para localização do leitor no tempo e no espaço e, num nível mais incipiente, para uma aproximação mais “afetiva” entre leitor e a poeta.
No Brasil, a publicação mais conhecida e difundida, como dito antes, é a da Editora da Unicamp e, a rigor, comercializada somente na própria Universidade ou na home page da própria Editora. Deste modo, os leitores quase não têm acesso ao trabalho da poeta por outros meios (sítios eletrônicos mais populares/difundidos, grandes redes de livrarias, inserções de seus poemas em livros didáticos, e assim por diante).       

1.3. Percurso bibliográfico de Maria Ângela Alvim.

Maria Ângela da Costa Cruz Alvim nasceu no dia 1º de janeiro de 1926, na fazenda de Pouso Alegre, município de Volta Grande, Zona da Mata, Minas Gerais. Filha de Fausto Figueira Soares Alvim e de Mercedes Costa Cruz Alvim, teve quatro irmãos: Maurício da Costa Cruz Alvim, Maria Lúcia Alvim, Francisco Soares Alvim Neto e Fausto Alvim Júnior, este último, já falecido.
Segundo a família, desde cedo mostra-se interessada por artes (tocava violão, fazia uma ou outra gravura, esboçava os primeiros versos) e pelo social, atividades que serão aprofundadas por Maria Ângela Alvim na juventude, na curta carreira como Assistente Social e na produção literária intensa, haja vista a idade em que morreu.
Seu primeiro trabalho literário, Superfície, foi publicado ainda em vida, aos 24 anos de idade, em Belo Horizonte, pela editora João Calazans, e data de 1951.
De produção intensa, Maria Ângela Alvim encaminhou a publicação de seu segundo livro, Barca do Tempo, em edição artesanal. O trabalho de escrita e encadernação foi, segundo relatos da família, realizado por freiras beneditinas de Belo Horizonte/MG, a pedido da própria poeta. Segundo o irmão, Francisco Alvim, Maria Ângela Alvim tinha muito cuidado e zelo com este material, que passava de mão em mão entre familiares e amigos, os quais o elogiam pela qualidade visual e literária, deixando a poeta orgulhosa.
Postumamente, foram publicadas outras três edições de Poemas, aqui no Brasil, todas com o mesmo conteúdo e seqüenciação de textos (Superfície, Barca do tempo, Outros poemas, Poemas de Agosto e Carta a um cortador de linho). O que difere entre uma e outra é que, ao contrário das edições Fontana (1980) e Unicamp (1993), a edição do Departamento de Imprensa Nacional (1962) não tem fac-símile de cartas da poeta enviadas à família quando de sua primeira viagem a Europa, além de algumas fotos de Maria Ângela Alvim (na infância e juventude, local de nascimento e óbito, entre outras), além disso, a primeira edição de Superfície traz duas gravuras ilustrando dois poemas do livro.
As edições publicadas no exterior aconteceram de modo muito particular. A edição francesa, Poèmes d’août – anthologie poétique8, primeira publicação de Maria Ângela Alvim no exterior, deu-se a partir de Monique Attle, amiga de adolescência de Maria Lúcia Alvim, quando moravam no Rio de Janeiro. Da relação fraternal construída entre as duas e da ligação que  Monique   Attle   manteve  com  a  família  Alvim,  nasceu  a  preocupação  de  Attle  em apresentar, quarenta anos depois, na França, os poemas de Maria Ângela Alvim para os Max de  Carvalho,  de  ascendência brasileira,  mostra  profundo  interesse  pela produção de Maria Ângela Alvim. Esse interesse pela obra da poeta culminou na publicação francesa pela Éditions Arfuyen.
Posteriormente, num trabalho de tradução da obra do poeta português Herberto Hélder, um dos principais nomes da poesia contemporânea portuguesa, para o francês, realizado por Max de Carvalho, este apresenta a obra de Maria Ângela Alvim para Herberto Hélder que de igual modo ao editor demonstra muito interesse pelos escritos da poeta.
Atraído e envolvido pela poesia de Maria Ângela Alvim, Herberto Hélder escreve para família da poeta – especificamente para Maria Lúcia Alvim. Na carta, o poeta português faz alguns comentários sobre a qualidade textual da obra de Maria Ângela Alvim e a importância que dá a ela, conforme pode ser observado no fragmento abaixo extraído da carta: A poesia de sua irmã foi para mim uma revelação, e gostaria muito que o maior número possível de pessoas partilhasse do ganho espiritual que obtive com a leitura dela.
 Após este contato, a família de Maria Ângela Alvim autorizou a publicação da obra dela em Portugal. Superfície – toda poesia, título luso, publicada pela editora Assírio & Alvim, em 2002. Apesar do mesmo sobrenome, segundo Francisco Alvim, a Editora não tem nenhuma ligação com a família. Apenas coincidência de nomes.
Dentre os teóricos que fizeram menção à produção de Maria Ângela Alvim, temos na filóloga e professora de literatura brasileira na Itália, Luciana Stegagno-Picchio9, o principal nome.
Mesmo com um comentário breve, Luciana S. Picchio declara ver em Maria Ângela Alvim um dos nomes que “...poderão, talvez um dia, inserir-se nas malhas do discurso proposto com tamanha autoridade para alterar-lhe a estrutura...”.
Mais recentemente, André Seffrin10, crítico e ensaísta, organizou e prefaciou a obra Roteiro da poesia brasileira – anos 50, pela Editora Global, e inseriu três poemas de Maria Ângela Alvim, sendo: Cassandra (Poemas), De tudo me afastei, por não querença (Ibidem) e Inteira me deixo aqui, (Ibidem). A obra foi lançada no final de 2007.
De forma bem sucinta, temos registrado nessas linhas, os caminhos pelos quais entramos em contato com a obra de Maria Ângela Alvim. Como pode ser observado, uma obra ainda pouco difundida e conhecida do público em geral (pesquisadores, estudantes de Letras, apreciadores de poesia), mas, ao mesmo tempo, de um vigor e substância tal que impressiona alguns dos mais habilidosos fazedores poéticos do Brasil e do exterior, bem como críticos, apreciadores e amantes de poesia. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, antevemos um belo futuro. Ou não será preciso esperar tanto?  
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 1MORICONI, Ítalo (org.) Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
2ALVIM, Maria Ângela. Poemas. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 1993. 
3ALVIM, Maria Ângela. Superfície – toda poesia. Lisboa/PT: Assírio & Alvim, 2002.
4ALVIM, Maria Ângela. Superfície.Belo Horizonte: Edições João Calazans, 1950.
5_____. Poemas. Departamento de Imprensa Nacional, 1962.
6_____. Poemas. Rio de Janeiro: Fontana; Brasília: INL, 1980.
7PESSOA, Fernando. Poesias de Fernando Pessoa. Lisboa/PT: Ática, 1952.
8ALVIM, Maria Ângela. Poèmes d’août – anthologie poétique. Paris,FR: Éditions Arfuyen, 2000.
9Luciana Stegagno-Picchio nasceu em Alessandria, Piemonte. Filóloga e professora de literaturas neo-românicas, colaboradora de Roman Jakobson, autora de muitos artigos e ensaios, inicia o seu contato direto com a literatura brasileira, por meio da tradução de Fogo morto, de José Lins do Rego, lançado em 1956 como Fuoco spento. Grande amiga de Murilo Mendes, terá acesso aos grandes nomes da literatura brasileira das últimas décadas. A primeira edição de História da Literatura Portuguesa foi lançada em 1997, pela Editora Nova Aguilar. 

10André Seffrin (1965 - ), nasceu em 1965 em Júlio de Castilho/RS e vive no Rio de Janeiro desde 1987. Crítico e ensaísta, organizou cerca de quinze livros e escreveu dezenas de apresentações, prefácios e ensaios para edições de autores brasileiros como Rubem Braga, Gilberto Amado, Rachel de Queiroz e Carlos Drummond de Andrade.

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