Por Antonio Luceni
Todo e qualquer trabalho de pesquisa, até por sua natureza investigativa,
mostra-se como algo desafiador e importante, visto que, por meio dele,
hipóteses são comprovadas, ampliadas, refutadas ou diluídas, conforme afirmam
Marconi e Lakatos:
A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal
com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se
constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades
parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar
respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos. (MARCONI,
2001, p.43)
É, muitas vezes, por meio da pesquisa in
loco que oportunidades são geradas e/ou otimizadas. No caso de pesquisa
sobre escritores falecidos e/ou com poucas informações, documentos, livros etc.
à disposição do público, o contato com familiares, amigos, editores, estudiosos
das Letras, entre outros contatos, mostram-se ainda mais relevante.
Em razão disso e, principalmente, pela escassez de materiais no meio
eletrônico (internet) e livrarias é que se partiu para a pesquisa de campo
sobre a poeta Maria Ângela Alvim.
A publicação mais conhecida e difundida no Brasil – que traz apenas um
poema da poeta (Há uma rosa caída) –
é Os cem melhores poemas brasileiros do século1,
organizado por Ítalo
Moriconi, Editora Objetiva.
Uma outra publicação, também conhecida, mas menos difundida, foi
organizada e publicada pela Editora da Unicamp em 1993, intitulada Poemas2. Nela, estão contidos
Superfície – único livro de Maria
Ângela Alvim publicado em vida –, além de outros textos (poemas e um conto)
publicados postumamente.
A partir de informações contidas na ficha catalográfica, orelha e
prefácio da publicação da Unicamp foram recolhidos alguns dados (lugares por
onde a poeta passou, nasceu, viveu, trabalhou e faleceu, instituições nas quais
Maria Ângela Alvim trabalhou como
Assistente Social e pessoas com as quais se relacionou) que nortearam o
mapeamento da pesquisa.
Mas a que outras fontes poderíamos recorrer quando do trabalho
investigativo sobre Maria Ângela Alvim? Quais outros materiais existentes (se
há de fato) para melhor apreciação, compreensão e percepção do trabalho desta
importante e desconhecida poeta? Quais outros elementos podem ser agregados ao
trabalho de análise e fortuna crítica sobre a obra de tal escritora? A produção
de Maria Ângela Alvim limitou-se às fronteiras mineiras, brasileiras? Em caso
negativo, quais outros meios (estados, países etc.) tiveram (e como isso
aconteceu?) contato com a produção da poeta?
Estas e outras questões serviram como elementos impulsionadores e
motivadores para que o encaminhamento, realização e efetivação do trabalho de
pesquisa de campo acontecesse e adquirisse a relevância que tem para esta
dissertação.
1.1. As primeiras tentativas de reunir material para fortuna crítica
sobre Maria Ângela Alvim por meio eletrônico.
Pela facilidade e acessibilidade favorecidas pelos meios eletrônicos,
além do contato com a obra de Maria Ângela Alvim publicada pela Unicamp, a
primeira tentativa de reunir artigos, dissertações e teses, pesquisas de modo
geral, fotografias etc. sobre/de Maria Ângela Alvim aconteceu via internet.
Para isto, foram utilizados verbetes em sítios eletrônicos de busca (Google,
Alta Vista, Cadê, Plataforma Lattes etc.) que tinham relação direta com a
poeta, tais como: Maria Ângela Alvim, Ângela Alvim, Alvim, Superfície, Poemas de Agosto,
Poèmes
d’aôut – anthologie poétique, Francisco Alvim, Maria Lúcia Alvim,
entre outros.
O fato é que, na sua maioria e, principalmente no Google, são relacionados
alguns sítios ligados à literatura e poesia, sobretudo no Brasil, que trazem um
ou outro poema – em geral do livro Superfície,
com poucas ou nenhuma informação biobibliográfica da poeta.
Estas tentativas de busca de informações sobre Maria Ângela Alvim na
internet ocorreram mesmo antes da pesquisa de campo, desde que a poeta foi
apresentada como objeto de pesquisa ao programa de Mestrado da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul e se estendeu até o momento de conclusão desta
dissertação.
Outras tentativas via internet ocorreram a fim de recolher dados,
elementos, informações sobre a poeta, entre as quais com Ítalo Moriconi,
organizador da antologia da Editora Objetiva; Francisco Alvim e Maria Lúcia
Alvim, irmãos da poeta; os organizadores da publicação de Maria Ângela Alvim
pela Unicamp: Berta Waldman, Yumna Maria Simon e Vilma Sant’Anna Arêas e
Eduardo Guimarães (diretor da Editora na ocasião da publicação), o editor da
Editora Assírio & Alvim, responsável pela publicação de Maria Ângela Alvim
em Portugal, além de (ex)professores de Universidades ligadas à história da
poeta, tais como Unicamp e UFMG.
Destas tentativas via e-mail,
foram frutíferos os contatos com a professora Vilma Sant’Anna Arêas, uma das
organizadoras de Poemas pela Unicamp,
que além de conceder entrevista para pesquisa, forneceu telefone de contato com
Francisco Alvim – na ocasião (abril de 2007) recém chegado ao Brasil, e, a
partir daí, desencadeou entrevistas com o irmão e irmã de Maria Ângela Alvim,
mais detalhadas posteriormente.
Algo importante, também obtido via internet, foi o exemplar de Superfície – toda poesia3,
edição portuguesa da obra de Maria Ângela Alvim pela editora Assírio &
Alvim. Apesar de ter entrado em contato com o sítio desde as primeiras
tentativas de busca de informações sobre a poeta, somente em maio de 2007 é que
se conseguiu realizar a compra do exemplar, já que a referida página na
internet não estava em funcionamento antes desta data para pedidos de livros e,
após reformulação da home page da
editora foi possível a aquisição do exemplar. Semelhantemente ao exemplar
brasileiro – editora Unicamp, o exemplar português traz os mesmos textos, na
mesma seqüência apresentada pela edição brasileira, acrescentando ao trabalho de fortuna crítica
somente a Apresentação do livro e Notas biobliográficas, de Max de Carvalho, um
dos responsáveis pela publicação em Portugal.
Com relação à parte iconográfica sobre Maria Ângela Alvim (fotografias da
poeta e família, capas de obras etc.) os materiais são escassos, na sua maioria
somente imagens contidas nas capas das publicações brasileira e portuguesa, o
que, de fato, não diz muito sobre a poeta por serem imagens pouco definidas,
até mal tiradas, principalmente na sua idade adulta, lacuna esta que foi
preenchida posteriormente, quando do contato com Maria Lúcia Alvim, que
autorizou registro de arquivo da família, por meio de câmera fotográfica
digital.
Afora estes elementos, a internet serviu apenas ao trabalho de pesquisa
como meio de comunicação entre
o pesquisador, seu orientador
e a professora Vilma Sant’Anna
Arêas e, em menor
escala, com o irmão da poeta, Francisco
Alvim. Visto que a maior parte das informações recolhidas sobre Maria
Ângela Avim ocorreu nas visitas in loco,
na pesquisa de campo.
1.2. Mapeamento dos locais significativos no trabalho, vida e obra de
Maria Ângela Alvim.
Conforme dito antes, a partir de dados recolhidos, principalmente, na
publicação da Unicamp e alguns outros colhidos pela internet, estabeleceu-se um
mapa/roteiro de pesquisa que ficou assim estabelecido: Belo Horizonte/MG,
cidade onde Maria Ângela Alvim viveu e publicou seu único livro em vida, Superfície, e encaminhou o seguinte, Barca do Tempo, de modo artesanal e,
também, onde se relacionou com alguns nomes importantes da poesia brasileira,
recebendo deles críticas, sugestões e discussão de idéias literárias, entre os
quais, Carlos Drummond de Andrade.
Em Campinas/SP, especificamente na Universidade Estadual de Campinas:
Biblioteca Central “César Lattes” e Biblioteca do Instituto de Estudos da
Linguagem – IEL.
As cidades de Volta Grande e Araxá, em Minas Gerais , locais
de nascimento e vivência dos quinze primeiros anos da poeta foram descartados
na pesquisa de campo pelo fato de não terem relevância quanto ao que o trabalho
se propunha, ou seja, levantamento de fortuna crítica, já que no período em que Maria Ângela
Alvim morou nelas não produziu literariamente. Apesar de que o encontro com
Maria Lúcia Alvim aconteceu na cidade natal da poeta, isto é, Volta Grande/MG.
1.2.1. A Pesquisa de Campo em Belo Horizonte
A capital mineira foi um dos lugares de maior expressão no percurso
biobibliográfico de Maria Ângela Alvim. Foi em Belo Horizonte que
a poeta iniciou seu trabalho de produção literária, publicou e lançou seu
primeiro livro (único, em vida), encaminhou a publicação do segundo (Barca do tempo), realizado de forma
artesanal por freiras beneditinas, manteve grande parte dos seus contatos e
influências literárias e intelectuais, entre os quais Carlos Drummond de
Andrade, Jorge de Lima, Raul de Leone, entre outros. Por estes motivos, Belo
Horizonte foi escolhida como ponto de partida de toda pesquisa de campo.
Em dezembro de 2006, inicia-se uma “peregrinação” na capital mineira que
irá durar aproximadamente quinze dias. Foram elencados os pontos de interesse
literário existentes na cidade e, em cada um deles, verificados dados e
informações que pudessem contribuir com o trabalho de identificação e
aglutinação de fortuna crítica existente sobre Maria Ângela Alvim. Entre os
espaços visitados, valem ser citados:
1.2.1.1. Academia Mineira de Letras.
Pelo fato de Maria Ângela Alvim ter mantido certo intercâmbio e relação
amistosa com poetas e intelectuais de sua época e, principalmente, pelo fato de
escritores e poetas, intelectuais e personalidades mineiras comporem a referida
Academia, pensamos em ser a Academia Mineira de Letras um importante espaço
para quaisquer tipos de registros a respeito da poeta pesquisada ou mesmo
outros membros de sua família e, a partir daí, um desdobramento positivo no que
se refere a identificação de trabalho/produção de Ângela, o que não aconteceu.
Ninguém da Academia Mineira de Letras, secretária e demais assistentes,
souberam dizer quem era Maria Ângela Alvim ou identificaram exemplar de obra
sua no acervo da referida Academia. No momento da visita a secretária informou
que o mesmo estava passando por processo de informatização a fim de que o
acesso, consultas e empréstimos fossem dinamizados e melhorados nos seus
múltiplos aspectos, comprometendo-se, caso fosse localizado algum exemplar ou
documento sobre os Alvim, informar o pesquisador. Entretanto não recebemos
nenhuma devolutiva.
1.2.1.2. Arquivo Público Mineiro.
Este espaço público de pesquisa conta, principalmente, com documentos
antigos, como os procurados sobre Maria Ângela Alvim (entre 1945 a 1959). São arquivados
de forma bastante rudimentar. Procura-se o documento de interesse em pastas com
índices remissivos e, uma vez identificado, solicita-se que o busque. O
material serve apenas para ser lido, não podendo tirar fotocópia ou qualquer
outro registro visual. Dos documentos pesquisados, somente consta uma carta de
um Alvim qualquer solicitando pagamento de uma dívida qualquer também. Nada
ligado à literatura ou que fizesse alusão à poeta.
1.2.1.3. Biblioteca Pública Estadual “Luiz
de Bessa”.
As bibliotecas, evidentemente, foram alvo da pesquisa por diferentes
razões, em especial as que mantinham acervos específicos de escritores
mineiros, como a “Luiz de Bessa”, que conta com um Departamento denominado
“Mineirianas”. No referido acervo é permitida somente consulta, com papel e
lápis, sem possibilidade de fotocópia ou retirada de materiais. Depois de muita
insistência e exposição dos objetivos da pesquisa, a diretora responsável pelo
espaço, senhora Graça Maria Frogosa, autorizou registro visual com câmera
digital, sem flash, dos materiais encontrados sobre Maria Ângela Alvim e seus
irmãos, a saber: exemplar de Poemas,
da poeta, 2ª edição, Editora Fontana (1980) e três exemplares de sua irmã,
Maria Lúcia Alvim (XX Sonetos, Romanceiro
de Dona Bêja e Pose).
1.2.1.4. Biblioteca Central da Universidade Federal de Minas Gerais e
Biblioteca do Departamento de Letras/FALE/UFMG.
Além do fato de todas as bibliotecas de Belo Horizonte mostrarem-se em
potencial foco de interesse na pesquisa sobre a poeta, os poucos exemplares
encontrados de Maria Ângela Alvim e Maria Lúcia Alvim, sua irmã, na biblioteca
estadual continham carimbo e assinatura de um certo professor Valmiki Villela
Guimarães, do Departamento de Letras da UFMG. E, em todos os registros, datas
de aquisições bem próximas das de lançamento dos exemplares dos poetas, o que
direcionou a pesquisa ao referido Departamento de Letras. A partir daí, descobriu-se que o professor
Valmiki Villela Guimarães já estava aposentado, morando em Mariana/MG. Um dos
funcionários forneceu o telefone de contato do professor, entretanto em nenhuma
das tentativas as ligações foram atendidas. No Departamento de Letras da UFMG,
não foi encontrado nenhum exemplar de Maria Ângela Alvim ou sua família. Em
consulta ao acervo digital encontrou-se apenas um artigo do Suplemento Literário/MG (17/04/76) em
que aparecem apreciações de Carlos Drummond de Andrade, Henriqueta Lisboa e
Fausto Alvim Júnior, a respeito do trabalho do pai de Maria Ângela Alvim,
Fausto Alvim. Posteriormente, por e-mail,
em contato com o professor, Reinaldo Martiniano Marques, coordenador da
pós-graduação UFMG, informou que desconhecia Maria Ângela Alvim e que, também,
não havia nenhuma pesquisa realizada ou em andamento sobre a poeta na referida
Universidade.
1.2.1.5. Jornal Correio de Minas.
Departamento de Gerência e Documentação a que o público tem acesso aos
arquivos do jornal. As consultas são rudimentares, a partir de rolos
fotofilmados de jornais antigos, que são acomodados em caixas datadas de dois
em dois anos. Foram solicitados os rolos entre os anos de 1949 e 1952, períodos
que precedem e sucedem (incluindo o lançamento) Superfície. Após exaustiva pesquisa, encontramos somente uma coluna
comentando a saída do pai de Maria Ângela Alvim, Fausto Alvim, da presidência
do Banco Hipotecário de Belo Horizonte. A pesquisa nesse espaço foi
burocrática, rudimentar e pouco produtiva.
1.2.1.6. Centro de Memória do Sistema
FIEMG/Gerência de Cultura/SESI.
Maria Ângela Alvim exerceu, por um tempo, a função de Assistente Social em Belo Horizonte ,
prestando serviço para o SESI e SENAC da referida cidade. Por isso, a busca de
informações nesse espaço. A bibliotecária-chefe, senhora Gizele Maria dos
Santos, identificou no acervo apenas um relatório datilografado sobre as
atividades da poeta como Assistente Social, que pôde somente ser consultado/lido
e fotografado com câmera digital.
1.2.1.7. Imprensa Oficial do Estado de
Minas Gerais.
Logo na recepção do prédio pode-se observar a seguinte inscrição: “Espaço
Cultural – Sala Fausto Alvim”. Uma sala pequena com também singela galeria de
retratos a bico-de-pena, entre os quais o de Fausto Alvim, pai de Maria Ângela
Alvim. Buscando mais informações sobre a personalidade que dá nome à sala, a
Assessoria de Imprensa, por meio da senhora Selma, não soube informar quem era
o homenageado, o porquê de ter dado nome à sala e nenhum histórico sobre o
mesmo.
Como pode ser observado nos relatórios, os materiais recolhidos na
pesquisa de campo de Belo Horizonte foram reduzidos, basicamente, ao exemplar
de Poemas de Maria Ângela Alvim,
Editora Fontana/MEC, no que diz respeito à fortuna crítica da poeta.
Isto posto, cabe-nos dizer que por tratar-se da terra natal da poeta e,
sobretudo, pelo fato de Maria Ângela Alvim ter produzido, atuado e convivido
com os mais diferentes intelectuais e profissionais de sua época os registros
sobre sua atuação profissional e intelectual são bastantes parcos. Somado a
isso, pelo menos três importantes instituições – Universidade Estadual de Minas
Gerais – UEMG, Universiade Federal de Minas Gerais – UFMG e Pontifícia
Universidade Católica – PUC/MG – deveriam contribuir com a pesquisa sobre tão
importante poeta ou, ao menos, reunir materiais significativos para pesquisa em
suas bibliotecas.
1.2.2. A pesquisa de campo em Campinas
O momento posterior à pesquisa de Belo Horizonte ocorreu em fevereiro de
2007, justamente na cidade de Campinas e, especificamente, na Universidade que
demonstrou interesse não só pelo trabalho, mas também na publicação da obra de
Maria Ângela Alvim, Unicamp.
1.2.2.1. A pesquisa de campo nas
bibliotecas da Unicamp.
Por telefone já havíamos feito uma pré-pesquisa sobre exemplares
existentes de Maria Ângela Alvim, além do da própria editora da Universidade.
Por esse motivo, a visita ocorreu diretamente na Biblioteca Central “César
Lattes” e na Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem/IEL. Nelas, foram
encontrados alguns exemplares da obra da poeta e dos irmãos, Francisco Alvim e
Maria Lúcia Alvim.
1.2.2.2. Biblioteca Central “César Lattes”.
Na Biblioteca Central “César Lattes,” os exemplares de Maria Ângela Alvim
e demais Alvim estão inseridos em coleção específica de
acervo raro, denominado “Coleções Especiais”. Constam os livros: a primeira
edição de Superfície4, de
1950, pela Edições João Calazans; Poemas5,
de 1962, Imprensa Nacional; Poemas6,
de 1980, Fontana; a edição de Poemas da Unicamp, além de exemplares de
Francisco Alvim e Maria Lúcia Alvim, irmãos da poeta.
Os demais livros foram fotografados (capa e miolo) como
registro do material e, caso necessário fosse, posterior impressão.
Os poemas analisados no terceiro capítulo desta dissertação
terão por base esta primeira edição de Superfície.
1.2.2.3. Biblioteca do Instituto de Estudos
da Linguagem/IEL.
Na biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem/IEL,
encontra-se somente a edição de Poemas
da própria Unicamp, além de exemplares de obras dos irmãos da poeta.
Como pode ser observado, a visita à Unicamp mostrou-se tão ou mais
significativa que a realizada em Belo Horizonte ,
entre outros motivos pela facilidade de acesso, manuseio e registro dos
materiais pesquisados como também porque nela estão todas as edições da obra de
Maria Ângela Alvim, da primeira (Edições João Calazans) à mais atual (Editora
da Unicamp).
1.2.3. Brasília/DF: o encontro com o irmão
da poeta, Francisco Alvim.
O fato de não se ter uma biografia ou algo próximo disso sobre a família
Alvim, a tentativa de formar uma linha cronológica da vida e obra de Maria
Ângela Alvim ocorreu durante todo o trabalho de levantamento de dados. Nomes,
funções, nascimentos e óbitos, entre outras informações sobre a poeta e sua
família foram elencados ao longo do trabalho. Entre os nomes importantes na
relação com Maria Ângela Alvim, ainda vivos, estava o do irmão, e também poeta,
Francisco Alvim.
Assim como Maria Ângela Alvim, Francisco Alvim foi selecionado como autor
de um dos cem melhores poemas do século XX, por Ítalo Moriconi. Desde as
primeiras tentativas de busca de informações sobre a poeta, foi tentado o
contato com algum membro da família, principalmente com os irmãos. Por se
constatar que Francisco Alvim se encontrava no exterior, como embaixador
brasileiro na Costa Rica, foram feitas por e-mail
várias tentativas de interlocução, todas sem sucesso. Somente a partir da
intervenção da professora Vilma Sant’Anna Arêas, Unicamp, ocorreu o contato.
Ela informou que Francisco Alvim recém chegara da Costa Rica – onde atuou por
quinze anos como embaixador brasileiro – e se encontrava em Brasília/DF,
passando-nos telefone e endereço dele.
A primeira comunicação com o irmão da poeta ocorreu em abril de 2007, por
telefone, momento em que ele demonstrou profundo interesse em partilhar sobre o
trabalho de Maria Ângela Alvim, colocando-se à disposição para o que fosse
necessário no acréscimo à pesquisa.
Após demonstrarem-se objetivos e metas da entrevista, marcou-se dia,
horário e local do encontro, ocorrido em 23 de junho de 2007, em Brasília, na
residência de Francisco Alvim.
Tal como no primeiro contato, por telefone, o dialogo in loco foi igualmente amistoso. Antes
de a entrevista acontecer, Francisco Alvim partilhou de alguns materiais tais
como fotografias da irmã e da família, esculturas do pai, Fausto Alvim,
pinturas e gravuras do filho, Pedro Alvim, além de mostrar alguns livros de
poetas que se relacionaram com Maria Ângela Alvim ou que, de alguma forma,
contribuíram e/ou influenciaram a poeta em seu trabalho, entre os quais Celina
Ferreira, Arlinda Corrêa Lima e outros.
O momento da entrevista foi particularmente importante. Francisco Alvim,
segundo suas próprias palavras, há muito não falava de modo tão compenetrado e
profundo sobre a irmã, e, entre outras contribuições, disse ter revivido
momentos importantes da sua própria vida e da poeta que, conforme afirmou,
determinou sua trajetória como poeta também. Detalhes sobre relações de Maria
Ângela Alvim com escritores e intelectuais da época, em Minas, preferências
literárias da poeta, modos de produção, entre tantos outros elementos foram extraídos desse encontro com
Francisco Alvim.
Outro ponto importante que deve ser destacado nessa ocasião foi o contato
com a crítica literária, esposa de Francisco Alvim, Clara de Andrade Alvim. É
de Clara Alvim a orelha e comentário crítico de Poemas, Editora Fontana.
1.2.4. Volta Grande/MG: o encontro com
Maria Lúcia Alvim, irmã da poeta.
O encontro com Maria Lúcia Alvim foi desdobramento da entrevista com
Francisco Alvim que, particularmente, conversou com a irmã, expondo o motivo da
pesquisa e, também, por meio dele conseguimos telefone e endereço da irmã que,
após contatada, marcou o encontro para o mês de julho de 2007.
O final da pesquisa voltou-se para o começo de tudo: Volta Grande, lugar
de nascimento e das raízes de Maria Ângela Alvim. Na cidade – bem
característica das cidades interioranas mineiras, tivemos nosso primeiro
contato pessoalmente. Assim como ocorrido com o irmão, procuramos ter, no
primeiro dia, uma relação mais de proximidade, conhecimentos pessoais entre
entrevistador e entrevistada, de modo a facilitar a fluência na entrevista e,
até mesmo, recolher informações importantes a respeito da poeta e sua obra.
Maria Lúcia Alvim, pelo que se pôde observar, trata com muito respeito o
trabalho da irmã, Maria Ângela Alvim. Em sua residência, mantém todos os
exemplares da poeta, da primeira publicação até as mais atuais, incluindo as
edições francesa e portuguesa, bem como publicações que trazem apenas um ou
outro poema de Maria Ângela Alvim, além de uns poucos artigos/comentários sobre
o trabalho da irmã publicados no Brasil e no exterior. E mais, não somente
todas as edições são guardadas como também há vários exemplares da mesma
edição. Por este motivo, doou alguns deles ao pesquisador, entre os quais
edições que custaram muito para se ter acesso, tanto em Belo Horizonte
quanto em Campinas, a saber: as edições de Poemas
de 1962 (Imprensa Nacional) e de 1980 (Fontana).
Foram doados, ainda, um exemplar de Poesias7
de Fernando Pessoa, com anotações a punho em alguns versos, feitas por Ângela
Alvim.
Na tentativa de demonstrar relações de leituras e poetas apreciados por
Maria Ângela Alvim, a irmã dispôs e organizou os exemplares de obras da poeta
outros livros correlacionados à sua produção. Este, entre outros atos,
explicita um pouco da preocupação didática que Maria Lúcia Alvim tem em
apresentar o trabalho da irmã, além do seu próprio trabalho e dos demais
irmãos. Um espírito artista-escritora-organizadora.
Um outro material também peculiar e de grande valia sob posse da irmã da
poeta é a edição artesanal de Barca do
Tempo, já citada anteriormente, confeccionada por freiras de Belo
Horizonte. Uma edição em capa dura, com inscrições na capa em folheação
dourada, iluminuras nos versos iniciais de cada poema, escritos todos em letras
góticas, à mão.
Com relação à parte iconográfica de Maria Ângela Alvim, escassa em
materiais gráficos (livros e jornais) publicados sobre ela, de igual modo na
internet, Maria Lúcia Alvim contribuiu, também, autorizando o registro, com
câmera digital, de várias fotografias da irmã quando criança, adolescente e jovem.
Somado à colaboração descrita anteriormente, a entrevista concedida pela
irmã da poeta pesquisada reitera pontos e elucida outros que ficaram meio
nebulosos na entrevista com o irmão, Francisco Alvim. Principalmente pelo fato
de Maria Lúcia Alvim ser mais velha que Francisco Alvim e, por essa razão, ter
convivido mais com Maria Ângela Alvim, quando de sua fase mais produtiva como
escritora.
1.2.5. A entrevista com Vilma Sant’Anna
Arêas, professora da Unicamp e uma das coordenadoras da publicação de Maria
Ângela Alvim pela editora da Universidade de Campinas.
Um outro momento da pesquisa de campo sobre Maria Ângela Alvim ocorreu a
partir da tentativa de interlocução com os organizadores da obra da poeta pela
Editora da Unicamp. Segundo consta nos créditos da publicação citada, as
professoras Berta Waldman, Yumna Maria Simon e Vilma Sant’Anna Arêas compuseram
a Assessoria Literária e Coordenação da publicação.
A partir desses nomes, buscou-se, via e-mail,
contatá-los para uma possível entrevista a fim de extrair mais informações
sobre o interesse da Editora em publicar a obra de Maria Ângela Alvim,
critérios observados na seleção da poeta, intenções/objetivos almejados com tal
publicação, entre outras indagações. Somado a isso, o contato, talvez, propiciasse
novos desdobramentos como pessoas, obras, lugares...
Além das professoras citadas anteriormente, foi enviado e-mail ao professor Eduardo Guimarães,
na ocasião da organização e lançamento do trabalho da poeta, Diretor da Editora
da Unicamp.
Entretanto, as únicas que deram retorno foram as professoras Berta
Waldman e Vilma Sant’Anna Arêas. A primeira disse não poder atender pois estava
com compromissos acadêmicos no Brasil e no exterior que a impediam de parar o
trabalho para fazer qualquer atendimento, desejando sucesso na pesquisa. A
segunda desde o primeiro momento foi bastante solícita, colocando-se à
disposição para colaborar com a pesquisa. O contato com Francisco Alvim foi
viabilizado por meio dela que, ao saber do retorno dele ao Brasil, mandou-nos
um e-mail com telefone e endereço do
poeta para que pudéssemos nos comunicar.
Além de propiciar o contato com Francisco Alvim (e, por conseguinte, com
Maria Lúcia Alvim), a professora Vilma Sant’Anna Arêas concedeu entrevista via e-mail comentando um pouco sobre as
preocupações e pretensões da Editora da Unicamp quando da edição e lançamento
de Poemas, de Maria Ângela Alvim.
De forma geral, Vilma Sant’Anna Arêas reitera o que os irmãos e, antes
deles, os poetas e intelectuais de seu relacionamento, disseram em suas
entrevistas e que pode ser constatado pelos os que se debruçarem na obra de
Maria Ângela Alvim: a qualidade intrínseca à sua produção, a ineditez da sua
obra, ainda pouco pesquisada e conhecida do público em geral, a inserção de
Maria Ângela Alvim no cânone literário nacional, e a distinção que propõe entre
literatura de qualidade e de quantidade que, segundo ela, é por vezes
confundida no Brasil fazem da produção de Maria Ângela Alvim algo passível de
muitos trabalhos acadêmicos, muitas investigações científicas. Como bem se
observa:
“Não se pode
catalogar escritores como maçãs ou qualquer outro produto simples. Basta lermos
as “Notícias literárias” assinadas por Drummond ou “Um Estudo”, de Alexandre
Eulálio (publicados ambos no volume da Unicamp) para compreendermos o sentido
de sua poesia. A importância, claro, qualquer leitor de sua obra perceberá, ao
ler apenas o primeiro poema de Superfície:
‘Meus olhos dão telas d´água/ não ferem a perfeição.’
Isto é fácil de
entender? Parece fácil, mas tente explicar. A receita é a seguinte:
simplicidade que é o avesso da facilidade: no jogo silencioso do ritmo,
irregular sem alarde (7/6) e no acerto direto da interpretação do que seja a
poesia, (porque é um poema-ensaio), além de ser uma maneira de olhar para
tornar visível o visível. Não é isso que faz a metáfora? O visível está aí mas
ninguém vê, porque confia na rotina e na ideologia do momento. É preciso tornar
o visível, isto é, o que pode ser visto, visível, isto é, realmente visto ou
alcançável... pela inteligência, parceira do talento. Mas sem a primeira, não
há literatura.”.
Como pode ser observado no percurso desenvolvido por meio da pesquisa de
campo, o trabalho de Maria Ângela Alvim é um trabalho ainda muito restrito no
que diz respeito à sua divulgação e acesso para o público em geral.
Trabalhos realizados referentes à crítica literária ou mesmo didáticos
ainda são parcos ou até mesmo nenhum. O acesso às edições mais antigas da poeta
é restrito, conforme pôde ser visto, e burocratizado, por vezes limitando o
trabalho do pesquisador.
Não fosse a possibilidade de acesso à família, muitos detalhes se
perderiam através dos tempos, sobretudo os ligados a relacionamentos,
influências, iconografia, entre outros detalhes importantes para localização do
leitor no tempo e no espaço e, num nível mais incipiente, para uma aproximação
mais “afetiva” entre leitor e a poeta.
No Brasil, a publicação mais conhecida e difundida, como dito antes, é a
da Editora da Unicamp e, a rigor, comercializada somente na própria
Universidade ou na home page da
própria Editora. Deste modo, os leitores quase não têm acesso ao trabalho da
poeta por outros meios (sítios eletrônicos mais populares/difundidos, grandes
redes de livrarias, inserções de seus poemas em livros didáticos, e assim por
diante).
1.3. Percurso bibliográfico de Maria Ângela
Alvim.
Maria Ângela da Costa Cruz Alvim nasceu no dia 1º de janeiro de 1926, na
fazenda de Pouso Alegre, município de Volta Grande, Zona da Mata, Minas Gerais.
Filha de Fausto Figueira Soares Alvim e de Mercedes Costa Cruz Alvim, teve
quatro irmãos: Maurício da Costa Cruz Alvim, Maria Lúcia Alvim, Francisco
Soares Alvim Neto e Fausto Alvim Júnior, este último, já falecido.
Segundo a família, desde cedo mostra-se interessada por artes (tocava
violão, fazia uma ou outra gravura, esboçava os primeiros versos) e pelo
social, atividades que serão aprofundadas por Maria Ângela Alvim na juventude,
na curta carreira como Assistente Social e na produção literária intensa, haja vista
a idade em que morreu.
Seu primeiro trabalho literário, Superfície,
foi publicado ainda em vida, aos 24 anos de idade, em Belo Horizonte ,
pela editora João Calazans, e data de 1951.
De produção intensa, Maria Ângela Alvim encaminhou a publicação de seu
segundo livro, Barca do Tempo, em
edição artesanal. O trabalho de escrita e encadernação foi, segundo relatos da
família, realizado por freiras beneditinas de Belo Horizonte/MG, a pedido da
própria poeta. Segundo o irmão, Francisco Alvim, Maria Ângela Alvim tinha muito
cuidado e zelo com este material, que passava de mão em mão entre familiares e
amigos, os quais o elogiam pela qualidade visual e literária, deixando a poeta
orgulhosa.
Postumamente, foram publicadas outras três edições de Poemas, aqui no Brasil, todas com o
mesmo conteúdo e seqüenciação de textos (Superfície,
Barca do tempo, Outros poemas, Poemas de Agosto e Carta a um cortador de linho).
O que difere entre uma e outra é que, ao contrário das edições Fontana (1980) e
Unicamp (1993), a edição do Departamento de Imprensa Nacional (1962) não tem
fac-símile de cartas da poeta enviadas à família quando de sua primeira viagem
a Europa, além de algumas fotos de Maria Ângela Alvim (na infância e juventude,
local de nascimento e óbito, entre outras), além disso, a primeira edição de Superfície traz duas gravuras ilustrando
dois poemas do livro.
As edições
publicadas no exterior aconteceram de modo muito particular. A edição francesa,
Poèmes d’août – anthologie poétique8,
primeira publicação de Maria Ângela Alvim no exterior, deu-se a partir de
Monique Attle, amiga de adolescência de Maria Lúcia Alvim, quando moravam no
Rio de Janeiro. Da relação fraternal construída entre as duas e da ligação
que Monique Attle
manteve com a
família Alvim, nasceu
a preocupação de
Attle em apresentar,
quarenta anos depois, na França, os poemas de Maria Ângela Alvim para os Max de Carvalho,
de ascendência brasileira, mostra
profundo interesse pela produção de Maria Ângela Alvim.
Esse interesse pela obra da poeta culminou na publicação francesa pela Éditions
Arfuyen.
Posteriormente, num trabalho de tradução da obra do poeta português
Herberto Hélder, um dos principais nomes da poesia contemporânea portuguesa,
para o francês, realizado por Max de Carvalho, este apresenta a obra de Maria
Ângela Alvim para Herberto Hélder que de igual modo ao editor demonstra muito
interesse pelos escritos da poeta.
Atraído e envolvido pela poesia de Maria Ângela Alvim, Herberto Hélder
escreve para família da poeta – especificamente para Maria Lúcia Alvim. Na
carta, o poeta português faz alguns comentários sobre a qualidade textual da
obra de Maria Ângela Alvim e a importância que dá a ela, conforme pode ser
observado no fragmento abaixo extraído da carta: A poesia de sua irmã foi para mim uma revelação, e gostaria muito que o
maior número possível de pessoas partilhasse do ganho espiritual que obtive com
a leitura dela.
Dentre os teóricos que fizeram menção à produção de Maria Ângela Alvim,
temos na filóloga e professora de literatura brasileira na Itália, Luciana
Stegagno-Picchio9, o principal nome.
Mesmo com um comentário breve, Luciana S. Picchio declara ver em Maria Ângela Alvim
um dos nomes que “...poderão, talvez um dia, inserir-se nas malhas do discurso
proposto com tamanha autoridade para alterar-lhe a estrutura...”.
Mais recentemente, André Seffrin10, crítico e ensaísta,
organizou e prefaciou a obra Roteiro da
poesia brasileira – anos 50, pela Editora Global, e inseriu três poemas de
Maria Ângela Alvim, sendo: Cassandra (Poemas),
De tudo me afastei, por não querença (Ibidem) e Inteira me deixo aqui, (Ibidem). A obra foi lançada no final de
2007.
De forma bem sucinta, temos registrado nessas linhas, os caminhos pelos
quais entramos em contato com a obra de Maria Ângela Alvim. Como pode ser
observado, uma obra ainda pouco difundida e conhecida do público em geral
(pesquisadores, estudantes de Letras, apreciadores de poesia), mas, ao mesmo
tempo, de um vigor e substância tal que impressiona alguns dos mais habilidosos
fazedores poéticos do Brasil e do exterior, bem como críticos, apreciadores e
amantes de poesia. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, antevemos um belo
futuro. Ou não será preciso esperar tanto?
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2ALVIM, Maria Ângela. Poemas. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 1993.
3ALVIM, Maria Ângela. Superfície – toda poesia. Lisboa/PT: Assírio & Alvim, 2002.
4ALVIM, Maria Ângela. Superfície.Belo Horizonte: Edições João Calazans, 1950.
5_____. Poemas. Departamento de Imprensa Nacional, 1962.
6_____. Poemas. Rio de Janeiro: Fontana; Brasília: INL, 1980.
7PESSOA, Fernando. Poesias de Fernando Pessoa. Lisboa/PT: Ática, 1952.
8ALVIM, Maria Ângela. Poèmes d’août – anthologie poétique. Paris,FR: Éditions Arfuyen, 2000.
9Luciana Stegagno-Picchio nasceu em Alessandria, Piemonte. Filóloga e professora de literaturas neo-românicas, colaboradora de Roman Jakobson, autora de muitos artigos e ensaios, inicia o seu contato direto com a literatura brasileira, por meio da tradução de Fogo morto, de José Lins do Rego, lançado em 1956 como Fuoco spento. Grande amiga de Murilo Mendes, terá acesso aos grandes nomes da literatura brasileira das últimas décadas. A primeira edição de História da Literatura Portuguesa foi lançada em 1997, pela Editora Nova Aguilar.
10André Seffrin (1965 - ), nasceu em 1965 em Júlio de
Castilho/RS e vive no Rio de Janeiro desde 1987. Crítico e ensaísta, organizou
cerca de quinze livros e escreveu dezenas de apresentações, prefácios e ensaios
para edições de autores brasileiros como Rubem Braga, Gilberto Amado, Rachel de
Queiroz e Carlos Drummond de Andrade.